Naja de Brasília

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Origem

No dia 07 de julho de 2020, um acidente envolvendo uma cobra naja e um estudante de medicina veterinária fez com que a Polícia Civil do Distrito Federal descobrisse um esquema de tráfico de animais. A cobra, considerada uma das mais venenosas do mundo e originária da África e da Ásia, era mantida na casa de Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkul. O jovem, morador do Distrito Federal, foi multado em R$ 2 mil pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

A cobra que picou Pedro, vendida por até R$ 20 mil no comércio ilegal, não era a única mantida sem autorização. Apesar de ter sido encontrada a mais de 14km de distância da residência do suposto traficante, as investigações da Polícia Civil indicaram que outras 16 serpentes – dez exóticas originárias de outros países e seis cobras silvestres brasileiras – eram mantidas na casa do estudante. Ainda de acordo com as investigações, os animais foram levados para um haras, na região da Planaltina, por um amigo de Pedro, logo após o acidente. Encontradas em caixas localizadas em uma baia de cavalos, as cobras foram posteriormente levadas para o Zoológico de Brasília.

O episódio, porém, tornou-se mais do que um caso em investigação policial após a naja virar protagonista de um ensaio fotográfico. As fotos, que foram feitas no dia 10 de julho no Zoológico de Brasília, logo ganharam as redes sociais online e se popularizaram a partir de diversos memes. O fotógrafo Ivan Mattos – responsável pelo ensaio da naja – revelou, em entrevista ao Portal G1, que após o animal se acostumar com a sua presença, ficou tão à vontade a ponto de “olhar diretamente para a lente da câmera”.

Difusão e Repercussão

O ensaio fotográfico, divulgado inicialmente pelo página do Zoológico de Brasília no Facebook, conquistou rapidamente as redes sociais online. A partir de diversas montagens com as fotos da naja, os memes circularam principalmente pelo Facebook e Twitter, aparecendo também no Instagram, WhatsApp e BuzzFeed. Além das imagens compartilhadas em perfis pessoais, algumas contas destinadas à cobra foram criadas. No Facebook, a página “Eu Naja” atingiu quase 30 mil curtidas em um dia, enquanto no Twitter, perfis como Naja de Brasília, Eu Naja e Naja Justiceira já acumulam juntas mais de 45 mil seguidores.

O sucesso da cobra – chamada por muitos de justiceira por ter picado Pedro Lehmkul e assim, dado início ao processo de investigação e apreensão das outras serpentes – chegou a algumas figuras públicas, como Ludmilla. Em suas redes sociais online, a cantora associou a naja à música “Cobra venenosa”, lançada por ela em 2020. O perfil no Twitter da liderança do PDT no Senado também entrou na brincadeira, afirmando que “a naja de Brasília fez mais pelo combate ao tráfico de animais silvestres do que o Ministério do Meio Ambiente”. Outras contas públicas, como a do Instituto Butantan, utilizaram o Twitter para compartilhar os memes da “cobra revolucionária”, que também virou protagonista de um teste no BuzzFeed Community intitulado “Que animal exótico traficado pro DF é você?”.

Os memes envolvendo a serpente se tornaram tão populares que foram noticiados por veículos e portais de notícia, como G1, Veja, Uol e Metrópoles. No dia 11 de julho, o termo “naja” chegou ao ápice no Twitter, ocupando a décima posição dos Assuntos do Momento no Brasil.

Gêneros e Formatos

Os memes da chamada “Naja de Brasília” são muitos. Na maioria destes, a cobra é relacionada a outros memes já existentes a partir de montagens fotográficas. Assim, a serpente aparece, por exemplo, no colo da personagem Nazaré, da novela Senhora do Destino, ou ainda com a estética dos carregadores de caixão ganeses que, no início de 2020, viralizaram com o Meme do Caixão. Inserida em diferentes contextos, como o de Game of Thrones e Harry Potter, a naja também é associada a figuras políticas conhecidas, como Stalin e Dom Pedro I.

Também encontramos memes nos quais a imagem da cobra aparece junto a legendas cômicas sobrepostas e publicações que, mesmo sem fotos da serpente, fazem referência ao animal por meio de termos como “naja revolucionária”, “naja traficada”, “naja matadora de burguês”, “naja de Brasília” ou simplesmente “naja". Assim, os memes observados podem ser classificados como Exploitables, Image Macros ou Catchphrases.

Ficha técnica

Criador(a)
Desconhecido (a)
País de Origem
Brasil
Período de Circulação
c. 2020
Plataforma
Facebook, Instagram, Twitter, Whatsapp
Formatos
Catchphrase, Exploitable, Image macro
Mídia
Imagem e texto
Referências
Tráfico de animais

Exemplos Notáveis

Sobre o(a) curador(a) desta coleção
As 30 Personalidades de Lelê a 80km/h
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Letícia Sabbatini
About / Bio
Lelê a 80km/h já foi aspirante a pedreira, médica, chefe de cozinha e bailarina. Acabou caindo no jornalismo por escolha de suas outras 26 personalidades (viva la democracia!). Mestranda em Comunicação pela UFF e jornalista pela UFRRJ, Letícia se dedica a pesquisar tecnologias com recortes de gênero, mas também é obcecada por Masterchef, filmes da Disney e séries de investigação criminal.
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